Bolsonaristas criticam show de Madonna em meio à tragédia no RS; Lula visita Porto Alegre
Na noite
do dia (4/5), o espetáculo grandioso da icônica
cantora Madonna, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, tornou-se palco de
um novo embate ideológico proposto pela extrema direita brasileira. Enquanto os
fãs celebravam o show que reuniu cerca de 1,6 milhão de pessoas, uma parte da
opinião pública, majoritariamente alinhada ao bolsonarismo, clamava por
adiamento do evento em solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do
Sul.
Os críticos argumentam que o show de Madonna representou um custo
significativo aos cofres públicos, estimado em R$ 60 milhões, mas negligenciam
o impacto econômico positivo que gerou, calculado em torno de R$ 300 milhões.
Em comparação, eventos de grande porte como o da cantora Taylor Swift no ano anterior movimentaram ainda
mais, chegando a R$ 400 milhões na economia carioca.
Em uma
publicação nas redes sociais, o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de
Comunicação Social da Presidência (SECOM), desmentiu que o governo federal
tenha colocado dinheiro no evento. “MADONNA NÃO RECEBEU DINHEIRO DO GOVERNO
FEDERAL!”, grita o título do vídeo publicado.
“Não caiam
nessa mentira! O show da Madonna não recebeu dinheiro do Governo Federal, o
show teve patrocínio do Itaú e da Heineken, além do apoio do Governo do RJ e da
Prefeitura do RJ. Não espalhem fake news!”, pediu o ministro Paulo Pimenta.
Para além das cifras, a disputa ideológica ganha contornos
conservadores, com os críticos expressando choque diante de certos aspectos do
espetáculo. A performance de Madonna, que incluiu momentos de intimidade com
bailarinas e bailarinos, gerou desconforto entre os setores mais conservadores
da sociedade, que expressaram desaprovação diante de cenas consideradas
provocativas.
Sim, Madonna
beijou na boca uma bailarina e deixou que um bailarino simulasse sexo oral na
estrela americana e na cantora brasileira Anitta.
Entretanto, enquanto as redes sociais fervilhavam com debates acalorados
sobre a moralidade do show, no Rio Grande do Sul, a realidade era de tragédia e
dor. Um balanço divulgado neste domingo (5/5) pela Defesa Civil revelou um
aumento para 75 o número de vítimas fatais em decorrência das fortes chuvas que
assolam o estado. Ainda há seis mortes sob investigação, enquanto 334 municípios
foram afetados pela catástrofe.
Além das
vidas perdidas, os números impressionam: 155 feridos, 103 desaparecidos e mais
de 780 mil pessoas afetadas pelas inundações. Mais de 88 mil estão desalojadas,
buscando abrigo em condições precárias, enquanto cerca de 16 mil encontraram
refúgio em abrigos improvisados.
Comentários
Postar um comentário