Quarta onda de calor do ano deve se estender até a próxima semana; temperaturas podem chegar a 35°C
Foto: Reprodução
Fenômeno é resultado da atuação de uma área de alta
pressão na parte média da atmosfera, que age como uma barreira, mantendo o ar
seco e quente e elevando as temperaturas nos próximos dias
A quarta onda de
calor do ano no país já está em vigor e deve durar até a próxima semana, de
acordo com as previsões. Por causa disso, segundo a Climatempo, temperaturas
acima da média devem ser observadas até a próxima quinta-feira (2) no
Centro-Sul.
Os termômetros devem
registrar as maiores marcas numa faixa que pega a região central e oeste do
estado de São Paulo, noroeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro
e sul de Goiás. Nessas regiões, as temperaturas devem atingir ou superar os
35ºC em vários pontos.
Ainda de acordo com a
Climatempo, essa nova onda é resultado da atuação de uma área de alta pressão
na parte média da atmosfera, que age como uma barreira, mantendo o ar seco e
quente e elevando as temperaturas nos próximos dias.
Essa situação vai
impedir a chegada de frentes frias ao Centro-Oeste e Sudeste do país, mantendo
o tempo seco e o calor intenso.
"Vale lembrar
que outono é uma situação de transição. Então, neste começo do outono, que é
onde estamos, ainda pode ter algumas características do verão",
acrescenta.
A Climatempo destaca
ainda que o calor intenso continuará nos próximos dias no Centro-Sul do Brasil,
com noites abafadas, especialmente em áreas como Mato Grosso do Sul, Paraná e
oeste de São Paulo, devido ao fluxo de ar quente.
Enquanto isso, em
locais como Minas Gerais, leste de São Paulo, Goiás e Distrito Federal, as
temperaturas mínimas podem ser mais baixas devido à presença de ar seco (veja
mapa abaixo). Esse padrão deve persistir até pelo menos 2 de maio, podendo se
estender até a primeira semana de maio, conforme indicam os modelos
meteorológicos.
COMO
SE FORMA UMA ONDA DE CALOR?
As ondas de calor precisam de dois principais fatores climáticos para a sua
formação:
Massas de ar quente e
seco
Bloqueios atmosféricos
Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia, explica que esse fenômeno
ocorre quando as massas de ar quente e seco ganham força ao encontrar um
bloqueio atmosférico. Os bloqueios atmosféricos são um tipo de circulação de
ventos no alto da atmosfera que impedem o avanço das frentes frias.
Nesse cenário, as
frentes frias se formam, tentam avançar, mas encontram um bloqueio, o que as
leva diretamente para o oceano. Assim, a massa de ar quente no continente vai
ficando cada vez mais forte, gerando uma onda de calor.
Os meteorologistas
definem que uma onda de calor acontece quando a temperatura fica pelo menos 5ºC
acima da média por um período de cinco dias ou mais.
No caso da terceira
onda de calor que o país está registrando, o ponto mais forte do sistema está
posicionado na região do Chaco do Paraguai. Por isso locais como o oeste dos
estados do Sul e o oeste paulista devem ter as maiores temperaturas.
"Quanto mais
perto da região central do sistema, mais quente e seco. Quanto mais distante,
menos quente e um pouco mais úmido", comenta a meteorologista.
Ela também acrescenta
que o El Niño tem uma parcela de contribuição para o estabelecimento das ondas
de calor. O fenômeno é responsável por deixar a atmosfera mais quente e
potencializar as altas temperaturas.
Combinado a isso, as
mudanças climáticas também têm contribuído para a ocorrência de eventos
extremos, como ondas de calor.
As ondas de calor são
mais comuns no inverno e na primavera. Isso porque os bloqueios não são normais
no verão. "Isso não quer dizer que eles não possam aparecer no verão, mas
não é algo comum", pontua Maria Clara.
Fonte: G1
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