Com PPI, diesel da Petrobras estaria 9% mais barato
Foto:
Gabriel Bastos/A7 Press/Estadão Conteúdo
Planilhas
que circulam entre assessores e políticos que compõem o governo Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) mostram que os preços dos combustíveis
da Petrobras estão com valores acima do PPI (Preço de Paridade de
Importação). A política de preços foi adotada em 2016 pela estatal, durante a
gestão Michel Temer (MDB), e vigorou durante todo o governo Jair
Bolsonaro (PL).
Em
maio deste ano, a petroleira mudou a forma de cálculo de preços dando
maior peso a custos internos. Foram observadas algumas reduções desde então,
mas também aumentos, sobretudo no caso do diesel. Atualmente, o combustível é
vendido pela Petrobras nas refinarias a R$ 3,94 por litro. O valor é 9% acima
do PPI, que estava em R$ 3,59 até a última 6ª feira (17.nov.2023).
No
caso da gasolina, o preço da estatal é 3,5% maior: R$ 2,72 (Petrobras) ante a
R$ 2,62 (PPI), mostram as planilhas que o Poder360 teve acesso. As
contas estão corretas seguindo os parâmetros indicados.
O
compartilhamento dos números dentro do próprio governo amplia a pressão sobre a
Petrobras por cortes nos preços. Na 6ª feira (17.nov), o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, afirmou à GloboNews que
os valores poderiam ser reduzidos pela estatal. Disse esperar uma manifestação
da companhia nesse sentido.
Quando
foi eleito, Lula cobrou um “abrasileiramento” da
política de preços como forma de abaixar os valores. Jean Paul Prates,
presidente da estatal, o fez. Com o novo método, quando o barril de petróleo
teve altas expressivas, a Petrobras não repassou os aumentos
imediatamente, provocando defasagens momentâneas nos preços em
relação ao PPI. Depois, o aumento foi dado.
Agora
o cenário é outro. O petróleo vem em queda no mercado internacional desde o
início de novembro. E o que se esperava dentro do governo é que esse reajuste
fosse rapidamente repassado, o que não foi feito. Com isso, a insatisfação
dentro de setores do governo cresce a cada dia.
Em 8
de novembro, que os preços da estatal já estavam acima das cotações
internacionais. No PPI, vale lembrar, as oscilações do petróleo e do dólar eram
repassadas quase diretamente, seja para cima ou para baixo.
Embora
a Petrobras tenha abandonado o PPI como política de precificação, a cotação do
petróleo e o câmbio ainda têm influência sobre os preços. Cerca de 25% do
diesel consumido no Brasil é importado, assim como 15% da gasolina. Parte disso
é adquirido no exterior pela própria estatal.
O
barril do tipo brent, referência no mercado internacional, acumula uma baixa de
6,7% em novembro. Fechou a última 6ª feira (17.nov) em US$ 80,61.
No último reajuste anunciado pela Petrobras, em outubro, o preço do
barril estava próximo de US$ 93.
Poder 360
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