Ômicron
De
acordo com a OMS, a variante Ômicron da Covid-19 mostra um risco global “classificado como
altíssimo”. Apesar disso, o órgão adverte que ainda não é possível
mensurar o perigo que a cepa representa e que ainda não há mortes confirmadas
por ela. “Até o momento não se registrou nenhuma morte associada à variante
Ômicron”, disse o órgão.
Ainda
assim, pelo alto grau de
mutação da variante, há preocupação que ela escape da imunidade.
“Dadas as mutações que podem conferir potencial de escape à imunidade e
possível vantagem na transmissibilidade, o potencial de uma onda futura do
Ômicron em nível global é alto”, completa a nota técnica.
Variante Ômicron no mundo
A
maior parte dos registros da cepa, até o momento, são da África do Sul.
Botsuana, também na África, registrou outros casos. Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Portugal também
confirmaram a presença da cepa.
Na
França, a detecção da nova variante é “muito provavelmente uma questão de
horas”, disse o ministro da Saúde, Olivier Véran. O país monitora casos
suspeitos.
Por
conta disso, diversos países do mundo, principalmente na Europa, já anunciaram
restrições e proibições de voos vindos de alguns países da África. Aqui no
Brasil, os voos de seis países passaram a ser proibidos a partir desta
segunda-feira (29). São eles: África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto,
Namíbia e Zimbábue.
De
acordo com a portaria, o viajante brasileiro que vier desses destinos ou passar
por eles nos últimos quatorze dias antes do embarque, deverá permanecer em
quarentena, por quatorze dias, ao ingressar no território brasileiro.
Nesta
segunda-feira (29), ministros da saúde dos países do G7 se reúnem em caráter
emergencial para debater o combate à variante Ômicron da Covid-19. Durante a
reunião, o secretário-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus,
pediu uma colaboração global.
“Uma
convenção, acordo ou outro instrumento internacional não resolverá todos os
problemas. Mas fornecerá uma estrutura abrangente para promover uma maior
cooperação internacional e fornecerá uma plataforma para fortalecer a segurança
sanitária global”, afirmou.
Nos Estados Unidos, as
autoridades sanitárias dizem que a nova cepa já pode estar no país, mesmo que
sem ter sido detectada. “Ainda não detectamos, mas quando você tem
um vírus que está apresentando esse grau de transmissibilidade e está tendo
casos relacionados a viagens que eles já notaram em outros lugares, quando você
tem um vírus como este, quase invariavelmente vai passar por toda parte
“, explicou o Dr. Anthony Fauci, em uma entrevista à NBC no sábado.
Imagem:
OMS/Christopher Black
Cepa Ômicron com mais
mutações
O
maior risco da nova variante é por conta das 32 mutações que ela possui na
proteína Spike da Covid-19. É justamente essa parte do vírus que a maior parte
das vacinas utiliza para que o sistema imunológico seja capaz de barrar a
doença. Ou seja, alterações nessas proteínas podem ser potencialmente
perigosas.
Em
contato com o Olhar Digital, o infectologista consultor da Sociedade Brasileira
de Infectologia, Dr.Julival Ribeiro, disse que a nova variante da Covid-19
possui um alto número de alterações e precisa ser observada com urgência.
“Essa
variante é até agora com o maior número de mutações. Nós não sabemos o
comportamento, mas os cientistas estão estudando urgentemente”, explicou. O
médico ainda comentou sobre as restrições de passageiros de países da África.
Leia mais:
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Sul por conta das novas variantes
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e seus bebês? Estudo explica
“Acho
que é uma medida preventiva que alguns países da Europa anunciaram e está
altamente correta. O mundo é conectado, acho que essa variante pode chegar em
qualquer lugar”, disse.
O
especialista ainda reiterou que essa variante Ômicron pode não ser tão perigosa
quanto parece, como já ocorreu com outras. A beta, por exemplo, foi considerada
como um grande potencial de ser mais contagiosa, mas foi a Delta que se
espalhou pelo mundo. “A gente ainda não sabe se essa variante vai causar o que
se espera, mas todo cuidado é pouco”, finalizou.
Outro
destaque é que a nova variante está circulando em países com baixa taxa de
imunização. A maior parte das nações africanas possuem uma pequena cobertura
vacinal. Por tanto, ainda não é possível determinar se a cepa pode barrar a
proteção das vacinas.
Sem mortes até o momento
Segundo
uma médica sul-africana que já tratou cerca de trinta pacientes com a variante
Ômicron da Covid, os pacientes que contraíram a nova cepa do vírus
apresentam apenas “sintomas leves” e que, por enquanto, estão
passando pelo período de recuperação sem precisar da internação.
Durante
os últimos dez dias, Angelique Coetzee, que também é presidente da Associação
Médica da África do Sul, recebeu pacientes infectados pela Covid, mas com
sintomas incomuns. “O que os levou a me consultar foi um grande cansaço”, disse
ela à AFP.
A
maioria eram homens com menos de 40 anos e quase metade deles estava vacinada.
Eles sofriam de dores musculares, tosse seca ou “coceira na garganta”, de
acordo com a médica. Poucos tiveram febre baixa.
Em
18 de novembro, Coetzee alertou as autoridades sanitárias para este “quadro
clínico que não coincide com a [variante] Delta”, pois a variante está
predominante na África do Sul.
A
fala de Coetzee vai de encontro ao que o epidemiologista
brasileiro Pedro Curi Hallal tuitou nesta segunda (29). “Mais
notícias (agora boas) sobre a variante Ômicron. Evidências PRELIMINARES sugerem
que ela é MENOS agressiva do que as versões anteriores do vírus. O que isso
significa? Apesas de ela se espalhar mais rápido, ela tende a causar infecções
mais leves”, escreveu.
Paciente suspeito no Brasil
A
Anvisa identificou o caso de um brasileiro que testou positivo
para Covid-19 após passar pela África do Sul, foco da nova
variante Ômicron. Segundo o órgão, o passageiro desembarcou em Guarulhos no
sábado (27), em um voo da Ethiopian Airlines. Ainda não há confirmação se o
caso se enquadra na nova cepa do coronavírus.
Em
nota publicada em seu site oficial, a Anvisa destacou que fiscaliza e exige,
por força de portaria interministerial, que o viajante apresente exame PCR
negativo para Covid-19 realizado em, no máximo, 72 horas antes do voo
internacional (na origem do voo). Ainda de acordo com o texto, o passageiro em
questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático.
A
agência notificou o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde
(CIEVS) nacional, estadual e municipal na madrugada deste domingo. A Vigilância
epidemiológica do Município de Guarulhos também foi acionada para acompanhar o
caso.
O
paciente foi colocado em isolamento e já cumpre quarentena residencial. Os
órgãos de saúde estadual e municipal passam a fazer o monitoramento do caso. O
Ministério da Saúde acompanha o caso.
Mesmo
que o paciente teste negativo para a nova variante, o presidente do
Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que “infelizmente” a
Ômicron chegará ao Brasil. “Resta saber se será contida”, acrescentou o médico à Folha de São Paulo.
“Resta
saber se será contida”, acrescentou o médico. De acordo com o jornal, Covas
está, inclusive, considerando fazer doações de CoronaVac aos países africanos,
a fim de ajudar a proteger a população e, consequentemente o mundo, já que a
escassez de vacinas em outros países afeta diretamente a todos. Especialista já
alertaram que a única maneira de conter o avanço e proliferação das variantes é
avançar com a vacinação na região.
Por sua vez, o ministro
da Saúde, Marcelo Queiroga, acredita que a Ômicron não será
diferente das outras variantes. “A principal resposta é a vacinação. Então esse
contrato assinado hoje com a farmacêutica Pfizer é a prova cabal da programação
do Ministério da Saúde para enfrentar não só a variante Ômicron, mas como as
outras que já criaram tantos problemas pra nós”, disse.
Entenda os principais pontos da variante Ômicron da Covid-19
- Variante com
o maior número de mutações descoberta até agora.
- Principal
preocupação é que ela consiga contaminar mais facilmente pessoas que já
tiveram a doença ou até mesmo que tomaram a vacina
- Cepa se
espalha com facilidade pelo mundo, principalmente na África (onde foi
descoberta) e na Europa
- Ainda não há
casos confirmados no Brasil
- OMS diz que
cepa pode causar novos surtos no mundo
- Alguns
países da África estão tendo voos cancelados em vários países do mundo,
inclusive no Brasil
- Estudos
estão sendo realizados para confirmar se a variante Ômicron é realmente
mais perigosa
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