PEC dos Precatórios abrirá R$ 91,6 bilhões no teto de gastos em 2022
A proposta de emenda à Constituição (PEC) que
parcela o pagamento de precatórios e muda o cálculo do teto de gastos permitirá
ao governo gastar R$ 91,6 bilhões adicionais em 2022. A estimativa foi
divulgada hoje (29) pelo Ministério da Economia e é superior à previsão inicial
do governo e de parlamentares de que o impacto chegaria a R$ 83,6 bilhões. As
informações são do Diário do Poder.
Segundo a
Secretaria Especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, o parcelamento
de precatórios (dívidas do governo reconhecidas pela Justiça em caráter
definitivo) abre brecha para R$ 44,2 bilhões fora do teto de gastos no próximo
ano. O novo cálculo do teto de gastos, incluído no texto da PEC, aumentará o
teto em R$ 47 bilhões – R$ 45 bilhões para o Executivo Federal e R$ 2 bilhões
para os demais Poderes.
Prevista
para ser votada no plenário da Câmara na próxima semana, a PEC dos Precatórios
teve uma emenda aprovada na comissão especial que mudou a fórmula do teto de
gastos. Até agora, o limite de 2016 era corrigido anualmente pelo Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado entre julho de dois
anos atrás e junho do ano anterior. Com a nova metodologia, o teto passará a
ser corrigido pela inflação de janeiro a dezembro do ano anterior.
A nova
regra não terá impacto apenas em 2022, mas abrirá espaço no teto de gastos nos
dois últimos meses de 2021, caso seja aprovada na próxima semana. Segundo o
Ministério da Economia, seria aberto espaço fiscal de R$ 38,5 bilhões para
serem gastos em novembro e dezembro, mas o próprio texto da PEC limita o aumento
para R$ 15 bilhões.
De acordo
com o secretário de Orçamento Federal do Ministério da Economia, Ariosto Culau,
esses R$ 15 bilhões poderão ser usados apenas para ampliar a vacinação contra a
covid-19, ou em ações emergenciais e temporárias de caráter socioeconômico.
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