Paraná deve produzir 40,6 milhões de toneladas de grãos na safra 2020/2021

O Paraná poderá produzir 40,6 milhões de toneladas de grãos, em uma área de 10,4 milhões de hectares, na safra 2020/2021. As informações são do relatório mensal divulgado nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A reavaliação nos índices deste mês, que mostram um desempenho total menor do que o registrado no início do ciclo, quando esperava-se um volume de 42 milhões de toneladas, se deve especialmente à revisão nos números relativos à cultura do milho. A estimativa de produção para a segunda safra do grão indica um volume de 12,2 milhões de toneladas, 2,3 milhões abaixo do esperado no início da safra 2020/2021. Fatores como a estiagem e o atraso no plantio ajudam a explicar a redução. O chefe do Deral, Salatiel Turra, explica que outras culturas também foram afetadas pela estiagem prolongada que o Paraná enfrenta desde o ano passado. A estimativa inicial para a produção de soja, por exemplo, que era de 20,6 milhões de toneladas, registrou uma queda de aproximadamente 800 mil toneladas. Assim, o Estado deve produzir 19,8 milhões de toneladas. “Por outro lado, neste caso os preços praticados compensam a redução”, diz Turra. A estiagem, aliada ao frio dos últimos dias, também refletiu negativamente nos índices de produção do feijão da segunda safra. Se o relatório do mês passado indicava a produção de 491 mil toneladas, agora espera-se um volume de 394 mil, redução de aproximadamente 25%. MILHO SEGUNDA SAFRA – No início do ciclo, o Deral estimava a produção de 14,5 milhões de toneladas na segunda safra de milho. No entanto, a safra foi afetada por fatores como o atraso no plantio e na colheita da soja, e consequentemente atraso no plantio do milho, além da seca, causada pelo prolongamento do fenômeno La Niña. Agora, a previsão é de que sejam colhidas 12,2 milhões de toneladas, uma redução de 16% comparativamente ao esperado no início. O volume previsto é 3% maior do que o da safra 19/20, quando foram colhidas 11,9 milhões de toneladas. A área está estimada em 2,5 milhões de hectares, 8% superior à do ano passado. A preocupação neste momento é suprir o consumo interno, já que o Paraná demanda alta quantidade de milho para a cadeia de proteína animal. A redução da disponibilidade interna abre espaço para importação do produto. Essa relação reflete nos preços. Nesta semana, a saca de 60 kg foi comercializada por R$ 95,68. Em abril do ano passado, o valor estava próximo de R$ 40,00, um aumento de 139%. “Os índices ainda são preliminares, já que algumas regiões, como Londrina, ainda não concluíram o plantio. Conforme as condições do clima nas próximas semanas, os técnicos poderão ter uma avaliação mais completa”, explica o economista do Deral, Marcelo Garrido. Segundo ele, das lavouras que estão a campo, 40% têm condições consideradas boas, 42% médias e 18% ruins. Entre as regiões com redução na produção, estão o Noroeste (-25%), Oeste (-23%), Centro-Oeste (-17%) e Sudoeste (-17%). Já no Norte do Estado, onde os produtores plantam mais tarde, estima-se uma redução de 6%.

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