Pagamento do novo auxílio emergencial começa na próxima terça-feira
Milhões de famílias em
situação de vulnerabilidade social começam a receber, na próxima terça-feira
(6), a primeira das quatro parcelas do novo auxílio emergencial. O governo
federal prevê conceder o benefício a cerca de 45,6 milhões de pessoas, este ano.
Os recursos serão
depositados nas contas digitais que abertas pela Caixa para os beneficiários no
ano passado.
Calendário
Na terça-feira, começam a
receber os trabalhadores informais, microempreendedores individuais,
desempregados e outras pessoas afetadas pela pandemia da covid-19 nascidas no
mês de janeiro, além de integrantes do Cadastro Único do governo federal.
Beneficiários do Bolsa
Família receberão de acordo com o calendário habitual do programa, que, em
abril, começa a ser pago no dia 16.
As pessoas não terão
direito a sacar os recursos no mesmo dia em que receberem, conforme explicou o
presidente da Caixa, Pedro Guimarães, durante anúncio feito no Palácio do
Planalto, esta manhã.
O objetivo do
escalonamento é motivar as pessoas a usarem os dispositivos digitais e, assim,
evitar a ida a bancos e agências lotéricas. “Nossa expectativa é que mais da
metade das pessoas realize o pagamento de contas digitalmente”, disse
Guimarães. “Já temos tudo muito bem organizado. Vamos minimizar as filas,
pagando o mais rápido possível, com o mínimo de aglomeração possível”,
acrescentou Guimarães.
O calendário completo de pagamentos e saques
consta da Portaria nº 622, que o Ministério da Cidadania publicou hoje (31), no
Diário Oficial da União.
Cerca de R$ 44 bilhões
foram destinados ao auxílio emergencial por meio da promulgação da Emenda Constitucional
109/2021, a chamada PEC Emergencial.
A emenda constitucional
abriu caminho para que o governo federal ultrapasse o limite do teto de gastos,
sem comprometer a meta de resultado fiscal primário e sem afetar a chamada
regra de ouro (espécie de teto de endividamento público para financiar gastos correntes).
Parcelas
Conforme destacou o
ministro da Cidadania, João Roma, durante o anúncio desta manhã, as quatro
parcelas de, em média, R$ 250, serão pagas a uma pessoa por família, sendo que
mulheres chefes de família receberão R$ 375, enquanto indivíduos que vivem só –
família unipessoal – receberão R$ 150.
Do valor total
estabelecido pelo Congresso Nacional, R$ 23,4 bilhões serão destinados ao
público já inscrito em plataformas digitais da Caixa, R$ 6,5 bilhões para
integrantes do Cadastro Único do Governo Federal e R$ 12,7 bilhões para
atendidos pelo Bolsa Família.
“Este é um alento para o
povo brasileiro. São recursos públicos direcionados para o brasileiro
vulnerável, para as pessoas que estão passando muitas dificuldades”, comentou
Roma, lembrando que o auxílio será concedido automaticamente ao trabalhador
informal com renda per capita de até meio salário mínimo e renda mensal total
de até três salários mínimos que recebeu o benefício em dezembro de 2020 e que
continue fazendo jus à ajuda federal. “O auxílio é uma ferramenta para
minimizar o sofrimento e fazer com que nosso povo consiga superar esta
pandemia.”
Atividade
econômica
Durante o anúncio, o
presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a necessidade de retomada de
atividades comerciais. “Tínhamos e temos dois inimigos: o vírus e o desemprego.
E não é ficando em casa que vamos solucionar este problema”, declarou o
presidente, criticando as medidas que restringem o funcionamento de atividades
consideradas não essenciais.
“Esta política continua sendo
adotada. O espírito dela era buscar achatar a curva de contaminação enquanto os
hospitais se preparavam com leitos de UTI e respiradores, para que pessoas não
viessem a perder suas vidas por falta de atendimento. O governo federal
dispensou bilhões de reais para a Saúde e sabe que não pode continuar por muito
tempo com este auxílio [emergencial], que é um custo para toda a população e
pode desequilibrar nossa economia”, declarou Bolsonaro.
“O Brasil tem que voltar
a trabalhar. A fome está batendo cada vez mais forte na casa destas pessoas. Eu
temo por problemas sociais gravíssimos no Brasil. O [valor do] auxílio é pouco,
reconheço, mas é o que a nação pode dispensar à população”, acrescentou.
Ele apelou para que
governadores e prefeitos “revejam” a adoção de medidas restritivas que, segundo
o presidente, em alguns casos, “superam, e muito, o que seria [a decretação] de
um estado de sítio”.
“A população não só quer,
como precisa trabalhar. Nenhuma nação se sustenta por muito tempo com este tipo
de política. Queremos voltar à normalidade o mais rápido possível”, enfatizou o
presidente.
Ele destacou que, em
termos de vacinação, o Brasil está “em uma posição bastante privilegiada”
quando comparado a outros países. O Brasil atingiu, ontem, a marca de 8% da população
vacinada com a primeira dose. “Gostaríamos de ser o primeiro, mas fazemos o
possível para atender à população com vacinas”.
Auxílio
emergencial em 2020
Em 2020, o governo
federal destinou R$ 295 bilhões ao pagamento do auxílio emergencial e de sua
extensão, beneficiando diretamente a 68 milhões de pessoas.
Instituída pela Lei nº
13.982, de 2 de abril de 2020, a ajuda foi paga em cinco parcelas de R$ 600 ou
R$ 1.200 para mulheres provedoras de família monoparental, enquanto a extensão
do auxílio emergencial (MP nº 1000 – MIL) teve até 4 parcelas de R$ 300 para o
público geral e de R$ 600 para a cota dupla.
Na página do Ministério da Cidadania é possível
esclarecer dúvidas sobre o auxílio emergencial.
Hoje (31), às 15h, a
Caixa Econômica Federal concederá entrevista coletiva sobre o pagamento do novo
auxílio.
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