Paraná tem oito deputados que são co-autores da chamada “PEC da Impunidade” da Câmara Federal
O presidente Arthur Lira (PP-AL) tirou da pauta da Câmara dos Deputados da
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia a imunidade dos
parlamentares – deputados e senadores.
A
estratégia resultou devido a falta de entendimento dos líderes sobre a chamada
“PEC da Impunidade”. Lira encaminhou a mesma para discussão em uma comissão
especial.
A bancada paranaense tem oito
deputados que assinam como co-autores da Proposta de Emenda à Constituição
(PEC) 3/2021, protocolada na última quarta-feira (24) na Câmara Federal.
A matéria ficou conhecida como “PEC
da Impunidade”, por ampliar a imunidade de parlamentares deputados e senadores
que não poderão ser presos em flagrante.
Do Paraná, assinam a proposta os
deputados Aline Sleutjes (PSL), Stephanes Júnior (PSD), Vermelho (PSD), Felipe
Francischini (PSL), Sargento Fahur (PSD), Ricardo Barros (PP), Schavinatto (PP)
e Luizão Goulart (Republicanos).
De acordo com a proposta, a prisão em
flagrante de deputados federais e senadores só ocorrerá se for relacionado a
crimes inafiançáveis explícitos na Constituição, como racismo, tortura e crimes
hediondos.
A PEC, elaborada por grupo indicado
pelo deputado presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) foi assinada por seu autor
Celso Sabino (PSDB-PA) e outros 185 deputados.
A proposta prevê novas regras para a
imunidade parlamentar e para a prisão de deputados e senadores. Na prática, a
proposta dificultará a prisão dos parlamentares em alguns casos.
A PEC diz respeito ao artigo 53 da
Constituição Federal, referente às regras sobre excessos “por opiniões, voz e
votos”, e aponta que somente os conselhos de ética do Congresso têm o direito
de responsabilizar os parlamentares pelos atos cometidos.
Destaque-se que a relatora deputada
Margarete Coelho (PP-PI) fez alterações de última hora que reduziram vários
pontos polêmicos, entre eles os que tratam da inelegibilidade e as condições
para a prisão em flagrante, propondo a retirada da referência à
inviolabilidade, por exemplo.
A “PEC da Impunidade” representa um
elemento de defesa dos parlamentares e foi adotada em função da prisão de
Silveira, que não teria ocorrido caso a alteração constitucional já estivesse
em vigor.
A proposta apontava como crimes
inafiançáveis apenas os citados expressamente na Constituição. A redação foi
alterada para incluir todos os crimes inafiançáveis “na forma da lei”, o que
permite interpretação mais abrangente, como a retirada de uma medida que
alterava as condições de inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa.
“As imunidades parlamentares
previstas na Constituição de 1988 visavam a proteção do Poder Legislativo
contra atos autoritários. São legítimas e fundamentais como proteção à
democracia.
O que a Câmara pode aprovar agora é
contrário a este espírito e expande o conceito do foro privilegiado para
alcançar um sistema penal paralelo, instituindo privilégios e mecanismos de
impunidade a parlamentares”.
Na votação que determinou a manutenção da prisão do
deputado, na sexta-feira (19), dos co-autores da PEC, votaram contra Aline
Sleutjes, Sargento Fahur e Stephanes Junior. Votaram a favor Vermelho, Felipe
Francischini, Luizão Goulart e Schiavinato.
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