Plano de saúde diz que usuário terá que pagar reajuste retroativo mesmo se cancelar contrato
Depois de a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinar a suspensão provisória dos reajustes de planos de saúde em 2020, as operadoras passaram a enviar cartas aos clientes alertando que, mesmo se o contrato for rescindido, cancelado ou não renovado, o usuário terá uma dívida para pagar.
Segundo as empresas,
eles serão cobrados pela diferença na mensalidade por quatro meses, entre
setembro e dezembro, quando não houve aplicação do aumento este ano, ainda que
não estejam mais usando o benefício.
Para evitar que o consumidor pague de uma vez
só o aumento retroativo, a ANS estuda medida para o parcelamento da
cobrança no ano que vem. A preocupação de entidades de
defesa do consumidor é que a cobrança onere excessivamente o consumidor e
dificulte o pagamento das mensalidades.
O jornal Extra teve acesso ao comunicado da Omint que
informa que a “recomposição de todos os valores não cobrados em 2020 será
realizada ao longo de 2021”, tanto nos aumentos anuais previstos entre outubro
e dezembro, quanto nos ajustes por faixa etária a partir de setembro.
O documento alerta
ainda que “em caso de rescisão imotivada ou não renovação do contrato, será
devido o pagamento integral dos reajustes relativos aos meses anteriores ao
término do contrato, sem prejuízo da cobrança de outros valores eventualmente
devidos”.
A empresa não
detalha, porém, como seria feita a cobrança de ex-clientes e se eles poderiam
parcelar os valores, e também não trata de como pretende demonstrar os cálculos
sobre o percentuais de reajuste que serão aplicados no ano que vem.
Para a ANS, “os
valores suspensos poderão ser cobrados, por uma questão de respeito ao contrato
estabelecido”. A agência destacou que o cancelamento do plano não isenta
o beneficiário do pagamento de contraprestações ou coparticipações já devidas
também no caso dos planos coletivos.
A agência ressalta
ainda que está em discussão interna no momento é a forma como será
feita a recomposição dos valores não cobrados aos contratantes de setembro
a dezembro.
O GLOBO
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