Isolado nas capitais, PT mira retomada a partir de cidades médias
Com candidaturas pouco competitivas nas principais capitais, o PT mira nas cidades médias e tem chances de vitória em pelo menos oito cidades de interior com mais de 200 mil eleitores no pleito municipal deste ano.
Na maior parte das cidades médias, a
estratégia foi lançar candidaturas de ex-prefeitos que chegam à campanha
amparados por um reconhecimento de
campanhas anteriores e pela marca da experiência.
O objetivo do partido é retomar espaço dentre
os 96 maiores colégios eleitorais brasileiros, grupo que inclui as 26 capitais
de estados e 70 cidades de interior com mais de 200 mil eleitores, onde há
segundo turno caso nenhum candidato tenha mais da metade dos votos válidos.
Na eleição de 2016, na esteira das
investigações da operação Lava Jato, o PT teve um de seus piores resultados em
pleitos municipais e elegeu apenas um prefeito no então grupo de 93 maiores
colégios eleitorais com mais de 200 mil eleitores.
A vitória foi em Rio Branco, no Acre, com a
reeleição do então prefeito Marcos Alexandre. Este, contudo, deixou o mandato
em 2018 para disputar o governo do estado,
deixando os petistas sem governar nenhuma cidade dentre os maiores colégios
eleitorais do país.
Para mudar este quadro, o partido confia na
experiência de seus quadros para reconquistar terreno em
cidades médias. Por outro lado, enfrenta obstáculos como menos partidos aliados
e o fato de estar na oposição ao governo federal do presidente Jair Bolsonaro
(sem partido).
Dentre as capitais de porte médio, o PT
lidera a corrida pela Prefeitura de Vitória (ES) com
a candidatura de João Coser. O petista foi prefeito de 2005 a 2012 da capital
capixaba, que tem cerca de 360 mil habitantes.
“Minha candidatura
atende a um chamado das ruas. Em um período de crise como este, a cidade
precisa de um gestor experiente com um projeto realista e sensibilidade para
cuidar das pessoas”, afirma Coser, que elenca uma série de feitos de suas
gestões nas áreas de educação, saneamento e assistência social.
Segundo pesquisa
Ibope, Coser tem 22% das intenções de voto e está empatado na liderança com
Gandini (Cidadania), candidato apoiado pelo atual prefeito Luciano Rezende
(Cidadania).
Para Coser, ao
contrário do pleito de 2016, o antipetismo não deve ser um fator determinante
nas eleições municipais deste ano. Ele diz que sua candidatura terá capacidade
de atrair um eleitorado para além do campo da esquerda.
“Os adversários vão
querer usar isso [antipetismo] contra mim, mas não me preocupo. Estou no PT há
40 anos, a cidade me conhece e sabe que sou do partido. Ser do PT é uma
qualidade, não um demérito.”
FOLHAPRESS
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