´MOMENTO DA HISTÓRIA.


Prudência, prudência e prudência. As trevas noturnas tangenciam a regência. 

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"O juramento da Regência Trina Permanente" de Manuel de Araújo Porto-Alegre.


O período mais obscuro e notório da história brasileira, creio eu que tú já conheces, é o Período Regencial. Esta fase da política brasileira está relacionada ao período entre o fim do Primeiro Reinado (ou seja, quando o império brasileiro foi governado por Dom Pedro I) e o início do Segundo Reinado (no qual, um menino, isto mesmo, um MENINO de apenas 15 anos de idade, ascendeu ao trono por meio de um golpe, conhecido como Golpe da Maioridade; e claro, este menino é o filho de Dom Pedro I).
Este período em que o trono fica desocupado até a posse de Dom Pedro II é denominado de período regencial, cuja duração é de apenas 9 anos (1831 a 1840). 
Dom João VI: governo, escravidão, retorno [resumo completo]Pois bem, é necessário alerta-te que, os prelúdios para instauração de um governo imperial se inicia através de Dom João VI, o temeroso rei que tinha fugido de Portugal e se refugiado no Brasil (que até então era uma colônia de Portugal), pois as tropas francesas, sob liderança de Napoleão Bonaparte, tinham chegado a Portugal com o intuito de invadi-la e decretar a posse deste território. E cara, a viagem foi em sua totalidade pusilânime e perigosa, na qual a família REAL portuguesa teve que degustar alimentos infestados de insetos e sobretudo, conviver com a terrível praga que ataca o couro cabeludo, que é o piolho, além das tempestades marítimas, com ondas gigantescas.
Apesar de todo o contratempo, os tripulantes chegam ao Brasil, especificamente à cidade de Salvador, no dia 22 de janeiro de 1808. No dia 26 do mesmo mês, a corte se dirige ao esplêndido Rio de Janeiro e já chega causando balbúrdia. O motivo para tanto alvoroço é relacionado à desocupação de imóveis (muitas vezes sem consentimento dos moradores), a fim de que tais residências fossem destinadas para acomodação da corte portuguesa, recebendo portanto, uma sigla de inscrição P.R. na fachada frontal da casa e que significava (Príncipe Regente). Mas, é claro que em todas regiões brasileiras, a população apresenta certo hábito de escarnecer algo, e a referida sigla foi uma delas; ou seja a inscrição P.R. passou a significar “Ponha-se na Rua”.

Época - EDG ARTIGO IMPRIMIR - A nova história de Dom João VIConversas à parte, D. João VI também foi responsável por promover um desenvolvimento cultural (criação da primeira Imprensa Régia, Banco do Brasil e inauguração da Real Bibliotheca), bem como modernização da colônia brasileira (pavimentação). Ademais, após receber um ultimato (neste contexto, significa um pedido diplomático) para voltar a Portugal, em virtude do alastramento de uma revolução liberal permeada de ideários antiabsolutistas (consiste na oposição de burgueses ao poder absoluto do rei) Dom João decide partir, deixando o governo nas mãos de Dom Pedro I.
Reconstituição mostra verdadeiro rosto de D. Pedro I com fratura ...
Portanto, Dom Pedro I se torna príncipe regente do Brasil, porém, após um ano é requerido o retorno deste à Portugal, uma vez que era o herdeiro sucessor do trono de Portugal. Apesar da constante insistência e pressão da Coroa Portuguesa, Dom Pedro I decide permanecer no Brasil, a partir das aclamações políticas e populares, bem como a partir do receio de revoltas coloniais.
Agora cara, com esta notícia, creio eu que tú, nobre leitor, ficará perplexo e pávido. Sim cara é verdade e o principal motivo é de que a Independência do Brasil não está em sua totalidade relacionada a Dom Pedro I. No dia 7 de Setembro de 1822, a esposa de Dom Pedro I, Maria Leopoldina, que até então era a princesa regente do Brasil, pois Dom Pedro estava realizando uma viagem estorva e problemática à São Paulo (pois o magnífico Dom Pedro estava com disenteria, vulgo caganeira ou diarreia, e por isso, o dia mais importante da história do Brasil é uma bela “CAGADA”) assina o decreto da Independência. E você que menosprezava e aviltava as mulheres, perceba a importância da MULHER na história brasileira!
Leopoldina - A Primeira Imperatriz do Brasil [Conto] - Capítulo ...Dona Leopoldina, por não possuir o seu marido presente naquela ocasião, decide convocar o conselho com extrema emergência, tomando a decisão de assinar o Decreto da Independência, que atribui ao Brasil a efetiva separação de Portugal. Por fim, Dona Leopoldina remete cartas ao Dom Pedro I, por meio do mensageiro Paulo Bregaro. Nesta carta, Leopoldina exige que Dom Pedro I realize o ato de proclamação da Independência; e como resultado, atendendo prontamente a solicitação de sua mulher, declara a independência próximo ao riacho do Ipiringa.
Os anos sucessores à declaração da Independência do Brasil, passam a ser demarcados por desgaste político, devido ao governo autoritário de Dom Pedro I, que não levava em conta o Parlamento, tendo como resultado a abdicação do poder em favor do seu filho Dom Pedro II. Porém, devido à idade, o mesmo não assume o poder.
E é neste momento em que se inicia o período regencial, o qual é subdividido em duas fases: regência trina e regência uma. A regência trina temporária é denominada assim, pelo fato da escolha parlamentar nomear três regentes, que governaram o Brasil por apenas três meses, ou seja de abril a junho de 1831, pois os representantes da Assembleia-Geral, vulgo senadores e deputados, estavam de “vocaciones”/férias.
 Posterior ao término do recesso, a Assembleia retorna à funcionalidade e de imediato elege outros três membros, dando início a Regência Trina Permanente. É necessário destacar que, estes membros integravam a elite latifundiária, que além de possuir vastas propriedades agrárias, possuíam grande e epopeico poderio político. Desta forma, o governar era nada mais do que tornar o cenário político em guerra, pois afloraram diversos adeptos à ideologias, como por exemplo os liberais moderados ou chimangos, compostos por proprietários rurais da região Sudeste e que defendiam o regime monarquista (ou seja, rei exercendo o papel de chefe do Estado), a permanência da escravidão e por isso, possuíam o coração de Dom Pedro I, que concedia-lhes extrema força política. De outro lado, havia os liberais exaltados ou conhecidos como farroupilhas, pois pertenciam à classe dos farrapos, que era conhecida como classe média urbana, que detinham propriedades rurais distantes do Rio de Janeiro e por isso, defendiam o fim da monarquia e o início da República. Já os restauradores, vulgos caramurus eram um grupo formado por pessoas de origem portuguesa e portanto, que detinham uma íntima relação com o antigo governo de Dom Pedro I. E cara, o mais interessante é de que este grupo era contrário às propostas de reforma política, bem como defendiam o absolutismo (poder absoluto do rei) e a volta de Dom Pedro I ao Brasil.
Estupendo leitor, espero que tú já saibas que o próximo período regencial, conhecido popularmente como Regência Una, é um período que se assemelha à política brasileira do século XXI. E o motivo é relacionado à promulgação (significa, publicação) da lei número 16 ou simplesmente, Ato Adicional de 1834, que obrigou a criação de Assembleias Legislativas em todas as províncias e requisitou a instituição de um governo composto por um único regente (por isso, denomina-se este período de Una), com mandato de 4 anos.
Mas cara, já te aviso preliminarmente que o regente eleito, mesmo ocupando uma ilustríssima ocupação, não conseguiu acalmar os ânimos dos revolucionários. Ou seja, mesmo sendo um líder religioso, isto mesmo um PADRE, muitos políticos aviltados e degradados passaram a se opor ao padre regente, fazendo com que o mesmo renunciasse dois anos depois.  
Morro do Moreno - Convento da Penha - Visitantes Ilustres do ...
E claro, este famoso padre era Diogo Antônio Feijó. Por fim, este período regencial é um dos mais obscuros da história brasileira, pelo fato do mesmo ser demarcado por conflitos de cunho políticos, como a Cabanagem, Revolução Farroupilha, Sabinada e Balaiada, que aconteceram em um único governo de um líder religioso.

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