NOITE SANGRENTA EM LONDRINA.
‘Mexeram foi num vespeiro’, diz mensagem de policial durante série de mortes em Londrina.
Três anos depois dos crimes, que ocorreram entre os dias 29 e 30 de janeiro daquele ano, 16 de 17 inquéritos ainda dependem da conclusão de perícias para serem finalizados. Os ataques ocorreram em oito locais diferentes, após o assassinato do policial militar Cristiano Botino.
A mensagem apareceu no laudo pericial do telefone celular do policial militar Ricardo Fardim Eguédis, que é réu na Justiça por fraude processual, por suspeita de alterar a cena de um dos crimes.
O texto foi enviado pelo policial Alexandro Carlos que, à época dos fatos, estava na ativa. Atualmente, ele está na reserva e passou a ser investigado no caso.
Segundo o laudo pericial do telefone de Eguédis, a mensagem foi enviada em 30 de janeiro de 2016, para dois grupos de mensagem.
“Acerca de tal mensagem, depreendeu-se a referência à morte do Policial Militar Cristiano Luiz Botino, vitimado em homicídio ocorrido em 29/01/2016”, diz o laudo.A mensagem ainda lamenta a morte de Cristiano: “Que DEUS te receba GUERREIRO com festa”.
Pedido de busca e apreensão
Após a apresentação do laudo pericial, a Justiça autorizou um mandado de busca e apreensão na casa de Alexandre Carlos, autor da mensagem que falava "mexeram foi num vespeiro".
A juíza Claudia Andrea Bertolla Alves, da 1ª Vara Criminal de Londrina, entendeu serem necessárias diligências para localizar equipamentos eletrônicos, anotações e documentos que possam ter relação com o crime, e autorizou o mandado.
Em 27 de novembro de 2018, a ordem judicial foi cumprida e um telefone celular foi apreendido com o policial, que atualmente está na reserva. Ele informou, no entanto, que o celular relacionado na ordem de busca é um número antigo, que já não estava mais na posse dele.
Como outros equipamentos eletrônicos da investigação, o telefone celular ainda está pendente de análise pericial.
Fraude Processual
Investigado por envolvimento na série de mortes, o Ricardo Eguédis chegou a ser afastado da Polícia Militar depois de uma operação realizada em maio de 2016. Ele voltou à corporação em fevereiro de 2017, após decisão da Justiça que suspendeu seu afastamento.
A decisão atendeu um pedido dos advogados e do Comando Regional da PM, que fez apurações internas e recomendou a reintegração.
À época, os advogados do policial negaram irregularidades e argumentaram que o inquérito não foi encerrado e que não havia razões para o capitão continuar afastado.
Sobre Eguédis, a perícia do telefone celular aponta que, pelas mensagens trocadas, ele estava desempenhando atividades na PM durante o período apurado.
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