NOITE SANGRENTA EM LONDRINA.

‘Mexeram foi num vespeiro’, diz mensagem de policial durante série de mortes em Londrina.
Mensagem enviada em grupo de celular levou ao cumprimento de mandado de busca e apreensão em investigações de série de mortes em Londrina — Foto: Reprodução
Só em uma casa na região norte de Londrina três pessoas foram assassinadas na noite de 29 de janeiro de 2016 — Foto: Reprodução/Globo News“Vamos pra cima irmãos, não acertaram uma simples abelha, mexeram foi num vespeiro”, diz a mensagem de um policial militar durante a série de crimes que deixou 12 mortos e 14 feridos em Londrina, no norte do Paraná, em janeiro de 2016. O episódio ficou conhecido como “Noite Sangrenta”.
Três anos depois dos crimes, que ocorreram entre os dias 29 e 30 de janeiro daquele ano, 16 de 17 inquéritos ainda dependem da conclusão de perícias para serem finalizados. Os ataques ocorreram em oito locais diferentes, após o assassinato do policial militar Cristiano Botino.
A mensagem apareceu no laudo pericial do telefone celular do policial militar Ricardo Fardim Eguédis, que é réu na Justiça por fraude processual, por suspeita de alterar a cena de um dos crimes.
O texto foi enviado pelo policial Alexandro Carlos que, à época dos fatos, estava na ativa. Atualmente, ele está na reserva e passou a ser investigado no caso.
Segundo o laudo pericial do telefone de Eguédis, a mensagem foi enviada em 30 de janeiro de 2016, para dois grupos de mensagem.
“Acerca de tal mensagem, depreendeu-se a referência à morte do Policial Militar Cristiano Luiz Botino, vitimado em homicídio ocorrido em 29/01/2016”, diz o laudo.A mensagem ainda lamenta a morte de Cristiano: “Que DEUS te receba GUERREIRO com festa”.
Pedido de busca e apreensão
Após a apresentação do laudo pericial, a Justiça autorizou um mandado de busca e apreensão na casa de Alexandre Carlos, autor da mensagem que falava "mexeram foi num vespeiro".
A juíza Claudia Andrea Bertolla Alves, da 1ª Vara Criminal de Londrina, entendeu serem necessárias diligências para localizar equipamentos eletrônicos, anotações e documentos que possam ter relação com o crime, e autorizou o mandado.
Em 27 de novembro de 2018, a ordem judicial foi cumprida e um telefone celular foi apreendido com o policial, que atualmente está na reserva. Ele informou, no entanto, que o celular relacionado na ordem de busca é um número antigo, que já não estava mais na posse dele.
Como outros equipamentos eletrônicos da investigação, o telefone celular ainda está pendente de análise pericial.
Fraude Processual
Investigado por envolvimento na série de mortes, o Ricardo Eguédis chegou a ser afastado da Polícia Militar depois de uma operação realizada em maio de 2016. Ele voltou à corporação em fevereiro de 2017, após decisão da Justiça que suspendeu seu afastamento.
A decisão atendeu um pedido dos advogados e do Comando Regional da PM, que fez apurações internas e recomendou a reintegração.
À época, os advogados do policial negaram irregularidades e argumentaram que o inquérito não foi encerrado e que não havia razões para o capitão continuar afastado.
Sobre Eguédis, a perícia do telefone celular aponta que, pelas mensagens trocadas, ele estava desempenhando atividades na PM durante o período apurado.

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