LUTO
Cineasta Dizo Dal Moro
morre em acidente de carro próximo a Alto Paraíso
Ele voltava de uma
participação no 1º Festival de Cinema de São Jorge, quando um animal invadiu a
pista e fez com que o motorista perdesse a direção. O veículo capotou diversas
vezes e Dizo, que estava no banco de trás, não resistiu aos ferimentos.
Cineasta cursou cinema na Universidade de
Brasília e iria montar trabalho com as imagens produzidas por crianças de São
Jorge (GO), após oficina ministrada por ele durante o 1º festival de cinema no
município
O cineasta Dizo
Dal Moro morreu em acidente de carro, na manhã desta segunda feira (30/10),
próximo ao município de Alto Paraíso (GO). Ele voltava da cidade, após ter
participado do 1º Festival de Cinema de São Jorge, quando um animal invadiu a
pista e fez com que o motorista perdesse a direção. O veículo capotou diversas
vezes e Dizo, que estava no banco de trás, não resistiu aos ferimentos. Um
homem e uma mulher, que estavam nos bancos da frente, estão internados em um
hospital, mas passam bem. O corpo do cineasta está em Formosa e deve ser liberado
para retornar a capital na noite de hoje.
Dizo havia participado do festival como
integrante do corpo de professores das atividades voltadas a oficinas. “Ele era
muito generoso, alegre e tranquilo. Acima de tudo, profissionalmente, era muito
versátil no set, atuando como iluminador, com um talento extraordinário”,
comentou Reginaldo Gontijo que dirigiu O colar
de Coralina, do qual Dizo fez parte na equipe. Oriundo da turma de
estudantes do curso de cinema da Universidade de Brasília, Dizo trabalhou com
personalidades como Geraldo Moraes e Vladimir Carvalho.
Ele era amigo do
governador Rodrigo Rollemberg há mais de 20 anos. O chefe do executivo local
esteve com Dizo durante o final de semana. Ele fazia um sobrevôo na chapada com
o governo de Goiás, quando foi convidado para ficar no festival. O cineasta
havia feito oficina com crianças do povoado de São Jorge (GO) e iria montar um
trabalho com as imagens produzidas por elas para ser apresentado no festival.
"Me chamou para ficar no domingo e assistir. Só que não podia porque
tinha compromisso aqui no domingo. Que notícia triste. Ele estava tão animado,
era apaixonado pelo que fazia. Mais uma perda para o cinema", lamentou
Rollemberg.
Depoimento
O jornalista e
escritor Eumano Silva falou ao Correio sobre o amigo:
"Conheci Dizo
Dal Moro em agosto de 1984. Eu estava no segundo semestre de Jornalismo na UnB,
ele acabara de passar no vestibular. Desde então, fez parte do meu grupo de
amigos mais próximos e queridos. Para o que desse e viesse.
O violão e a voz
de Dizo eram a trilha sonora de nossas festas. Bonito e gente boa, conquistava
amigos e namoradas com grande facilidade. Nesse ambiente, sei que foi feliz. Muito
feliz.
No meio do curso,
Dizo deu uma guinada e passou uma temporada no sul da Bahia. Fez o que todos
nós gostaríamos de fazer. Voltou sem perder o jeito interiorano de quem nasceu
em Barretos (SP). Só passou a chamar todo mundo de 'meu rei'.
Parecia ingênuo,
mas tinha uma doce malandragem. Valente, enfrentou um câncer e não se abateu.
Um exemplo para todos.
No cinema, teve
trabalhos lindos, como a direção de fotografia de O colar de Coralina,
filme de Reginaldo Gontijo. No dia da apresentação no Festival de Brasília,
estivemos juntos. Ele estava feliz. Muito feliz. Essa é a imagem que vou
guardar do meu amigo. Além da saudade."
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