PONTA GROSSA.

Transporte de alunos com deficiência é suspenso por falta de dinheiro.

Alunos da Associação Pontagrossense de Assistência à Criança Deficiente (APACD), de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, estão sem poder frequentar as aulas. A entidade suspendeu o transporte, que era oferecido de graça.
O transporte dos alunos da APACD foi suspenso há três semanas e a instituição avisou os pais sobre essa determinação um dia antes de o serviço parar. Célia Scherader, mãe de uma aluna, diz que não conseguiu se preparar para a mudança e, agora a filha só frequenta a associação quando o marido pode levar. "Ela vem de manhã, e volta a tarde. Às 17h, deixaram ela em casa e falaram: 'Ó mãe, é só amanhã e depois não tem mais transporte'. Fiquei sem ação, nervosa. Setenta por cento da vida da Isabela está aqui", diz Célia. "Eu trabalho por escala e tenho dois dias de folga na semana. É nesses dias que estrou trazendo ela", afirma Miguel Sherader.
Entre os pais, a indignação é geral. Sônia Antunes, por exemplo, está sem saber o que fazer. Como não pode deixar a filha sozinha, não está trabalhando para cuidar da menina. E o pior, não tem previsão de quando tudo vai voltar ao normal. "Eu trabalho com vendas. Mas, para vender eu preciso sair de casa. Desse jeito não tenho como vender", lamenta.
O aviso da paralisação foi enviado, pela entidade, ao Ministério Público do Paraná (MP-PR). No documento, o presidente da APACD explica que a suspensão ocorreu porque os veículos estão velhos. Além disso, ele diz que o dinheiro repassado pela prefeitura não é suficiente e parte está atrasada.
Para levar 50 alunos até a APACD, a Associação de Mães emprestou R$ 1.000 para a compra de combustível, mas esse dinheiro só é suficiente para uma semana.
O gerente municipal de Proteção Social Especial, Tierri Angeluci, admitiu que houve atraso no repasse, mas explica que isso ocorreu porque a APACD deixou de mandar documentos necessários para liberação do dinheiro. No entanto, ele garantiu que a papelada já foi entregue e logo o dinheiro deve ser liberado.
Por telefone, o advogado da entidade, Lucio Mauro Teixeira Pinto, confirmou as informações que foram prestadas ao Ministério Público. Ele disse, ainda, que não tem previsão de retorno do transporte e que, mesmo se o serviço for retomado, não sabe se vai conseguir atender todos os alunos.

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