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Mariceli Bernini: Excesso de “Selfie” e a Carência Afetiva

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SELFIE é uma palavra em inglês que significa autorretrato, e que no Brasil ficou mais conhecida como significado de uma foto tirada pela própria pessoa e compartilhada na internet.

É bastante comum pessoas tirando fotos de si mesmas com a finalidade de publicarem em seus perfis das redes sociais com o objetivo de interagir com seus amigos, o que caracteriza um comportamento normal e saudável.
O problema é quando uma pessoa utiliza este mecanismo de forma excessiva com a finalidade de receber atenção, ou seja, quando a pessoa publica selfies com a finalidade de receber “likes”/curtidas e comentários como forma de minimizar sua falta de amor próprio. Há pessoas que cotidianamente publicam selfies em suas redes sociais para que, através do número de “likes”/curtidas e comentários, se sintam menos diminuídas e desprezadas, aumentando momentaneamente sua autoestima e fazendo-as se sentirem amadas, é como se as curtidas e comentários dessem sentido à existência delas.
Há pessoas que só se sentem bem consigo mesmas depois de publicarem selfies em suas redes sociais e receberem quantidades satisfatórias de “likes”/curtidas e comentários positivos, o que demonstra insatisfação e insegurança consigo mesmas, baixa autoestima e necessidade de autoafirmação.
A internet e as redes sociais não são as causas da insatisfação pessoal mas apenas veículos de manifestação delas, ou seja, pessoas que não se sentem reconhecidas e valorizadas utilizam a internet para publicarem selfies em excesso como forma de garantir que se sintam mais apreciadas.
A realidade da vida de algumas pessoas é tão dolorosa para si mesmas que muitas vezes utilizam o recurso das selfies como mecanismo de defesa para se sentirem melhores, mas este recurso agrava a situação porque a necessidade de gratificação através de elogios aumentam e a pessoa sente a necessidade de cotidianamente publicar mais e mais selfies por não conseguir mais ficar sem os elogios que recebe, o que acaba por criar uma realidade fictícia que esconde suas necessidades mais profundas, que é a urgência de autoanálise e autoconhecimento de forma a aumentar os conceitos positivos que tem de si mesma, sendo assim, criando condições de aumentar seu amor próprio para que não precise de situações, muitas vezes deprimentes, de mendigar a atenção alheia.
É pelo nosso amor-próprio que o amor nos seduz. Como resistir a um sentimento que embeleza o que temos, que nos restitui o que perdemos e nos dá o que não temos? Através do amor próprio e não da opinião alheia! Para isso não dependemos de outas pessoas, mas sim do que pensamos e sentimos por nós mesmos.
Mariceli Bernini é formada pela Universidade Estadual de Londrina e possui Consultório de Psicologia em São João do Ivaí. Roque FM.

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