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Contra o preconceito, catador de recicláveis se forma em Direito no PR.

Com 47 anos, Edson Manfroi Júnior acabou de se formar no curso de Direito pela Universidade Paranaense (Unipar). Porém, a idade não é a única característica que chama a atenção nesse morador de Francisco Beltrão, no sudoeste do Paraná. Manfroi trabalha há 12 anos como catador de recicláveis e sempre quis cursar uma faculdade. Para ele, é uma forma de combater o preconceito que sofreu. “Tem que haver justiça, é muita corrupção, muita discriminação”, diz. O objetivo foi concluído e a colação de grau foi este mês.
A discriminação que viveu foi uma motivação para escolher o curso de Direto e lutar pelo que acredita. “A gente sofre porque vive sujo”, diz. “Cada vez que eu entrava no supermercado o gerente mandava um funcionário me seguir. Essa é uma das questões, mas tem muitas outras que aconteciam porque eu andava desarrumado por causa do meu trabalho”, completa.
Mesmo já formado, ele continua na mesma profissão. Começa a trabalhar às 4h da manhã recolhendo recicláveis pelas ruas da cidade e só para às 17h30. Durante os cinco anos da faculdade a rotina teve que ser ampliada para conquistar o objetivo. Depois do trabalho, Manfroi seguia para a faculdade e só voltava para casa, em um bairro pobre da cidade, por volta da 1h. “A maior dificuldade foi o cansaço físico, trabalhar de manhã e de tarde, e à noite estudar”, afirma. A faculdade particular foi paga com recursos próprios. No último ano a mensalidade chegou a mais de R$ 1 mil e por vezes, algumas parcelas chegaram a atrasar.

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