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Número de mortes de crianças por acidentes cai no País

O número de mortes de crianças e adolescentes, de até 14 anos, por motivos acidentais diminuiu 10% do Brasil entre 2014 e 2015, passando de 4.316 para 3.885. Se comparado os últimos dez anos, a redução foi de 33%. Os dados são da organização Criança Segura e foram divulgados nesta terça-feira (18).

Segundo o estudo, 1.654 crianças e adolescentes morreram em acidentes de trânsito no País em 2014. No ano seguinte, foram 1.389 mortes. A quantidade de óbitos por afogamento passou de 1.045 para 943 no mesmo período. "Sabemos que ainda há muito por fazer, pois 90% dos acidentes podem ser evitados com medidas simples de prevenção", afirma Gabriela Guida de Freitas, coordenadora nacional da Criança Segura.

O único tipo de acidente que apresentou aumento no número de mortes de crianças e adolescentes de até 14 anos foi a sufocação. Passou de 785 casos em 2014 para 810 em 2015. "Os cuidados para este tipo de acidente precisam ir aos mínimos detalhes. Temos casos de pais, por exemplo, que colocam o filho para dormir junto na mesma cama e acabam por sufocá-lo durante o sono sem perceber", relata Felipe Guanaes, médico do Samu.

Em Londrina, os principais atendimentos realizados pelo Corpo de Bombeiros a crianças e adolescentes, por meio do Siate, estão relacionados a casos de engasgamento e obstrução de vias áreas, sobretudo com bebês. No primeiro semestre de 2017, foram 14 auxílios deste tipo a crianças menores de um ano realizados pela corporação. Já entre adolescentes de 10 a 14 anos, os acidentes envolvendo bicicleta são os mais comuns, com 28 ocorrências registradas nos seis primeiros meses deste ano.



TRÂNSITO
Mesmo com a queda, os acidentes de trânsito estão no topo entre os que mais matam crianças e adolescentes. A faixa etária de menores de um ano, entre todas as idades, foi a única que apresentou aumento na quantidade de mortes deste tipo. Foi registrado um amento de 5% no número de mortes de um ano para o outro.

Segundo Carlos Eduardo Ribeiro, coordenador de educação no trânsito da CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização), o brasileiro tem a cultura de negligenciar o cuidado com crianças no trânsito. "Em razão da rapidez que acontece e da forma inesperada, a pessoa não consegue cuidar de si mesma no momento do acidente e muito menos proteger uma criança", alerta. Até junho, foram aplicadas 407 multas em Londrina por transporte de crianças de forma irregular.

Para que tragédias sejam evitadas, ele indica a prevenção e o cumprimento do que determina a lei. "É recomendado que crianças de zero a um ano fiquem na cadeirinha e de costas para o motorista. Depois deste período o equipamento pode ficar na mesma direção dos demais. De quatro a sete anos, é necessário o assento de elevação, porém isso só serve se o cinto estiver na altura do pescoço. A partir dos sete até os dez, sempre no banco traseiro e sem estes objetos. Após isso, a criança pode ser transportada no banco da frente", orienta. O cuidado também precisa existir em motocicletas. "Em moto só com sete anos e se alcançar o pedal."

AFOGAMENTO
O afogamento é a principal causa de morte acidental na faixa de um a quatro anos no País. Entre os cinco e os 14 anos, é a segunda mais comum, atrás dos desastres de trânsito. Em 2015, 716 meninos e meninas perderam a vida afogados. "Quando começa o tempo de calor, que também é de férias, é comum aumentarem as ligações pedindo atendimento para afogamento, seja em piscinas, rios e lagos", informa o médico Felipe Guanaes.

Ele ressalta que no momento em que o acidente acontece, os pais ou responsáveis precisam manter a calma. "A criança sempre precisa de alguém cuidando, principalmente quando está na rua. Atenção é primordial."

Gina Mardones - Lígia e Tonan mantêm cadeirinhas para a pequena Laura nos dois carros da família
Gina Mardones

Lígia e Tonan mantêm cadeirinhas para a pequena Laura nos dois carros da família


Cuidados em casa e no carro
A chegada de uma criança na família envolve, entre outras preocupações, a segurança. A cadeirinha no carro e a atenção com o berço são essenciais. Também é preciso deixar os pequenos longe de tomadas e produtos de limpeza, para evitar acidentes como quedas, choques elétricos e envenenamentos.

Pais pela primeira vez, a contabilista Lígia Pádua, 21, e o analista fiscal Bruno Tonan, 22, se atentaram a esses itens quando Laura, hoje com 11 meses, nasceu. "Quando ela saiu do hospital já colocamos proteção nas tomadas, travas nas gavetas e portas de armários. Na sacada, colocamos tela de proteção e procuramos manter a porta sempre fechada. Além disso, tiramos tudo o que é de vidro e que ela possa pegar", elenca Lígia.

Dividindo-se entre a faculdade e o trabalho, o casal mantém cadeirinhas nos dois carros da família. "Tanto eu quanto o Bruno buscamos a Laura na escola, por isso optamos por ter uma cadeirinha em cada carro. Minha mãe, que fica bastante tempo com ela, também comprou uma cadeirinha, que sempre está no carro dela. Isto é essencial para garantir segurança para nós e para nossa filha", conta.

Para o casal, os cuidados quando se é pai e mãe precisam ser redobrados. "Crianças nesta faixa etária dos 11 meses são muito espertas e querem colocar tudo na boca. Por isso, adequar a casa é necessário, desde o brinquedo com peças que podem se soltar até celulares carregando", acredita Lígia. "Enquanto isso também estamos ensinando a ela o que pode e o que não pode, para que cresça aprendendo a ter cuidado."(P.M.)
Pedro Marconi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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