TEMPORAL

Moradores de assentamento têm casas destruídas.

Por causa da estrutura precária, vários barracões foram foram destruídos pela força do vento



O temporal da noite de terça-feira (6) causou prejuízos em várias partes de Londrina. Um dos locais mais atingidos foi a zona sul, que teve diversos problemas com quedas de árvores, destelhamentos e fios de energia elétrica rompidos. No assentamento Vila Maravilha, ao lado do jardim Cristal, a situação está caótica. São cerca de 40 família que habitam o local.



Em razão da estrutura precária, diversos barracos foram destruídos pela força do vento, deixando quem tinha pouco sem nada. Uma das moradias mais afetadas foi a da passadeira Rosimara de Souza. Com dois filhos e o marido vivendo no pequeno cômodo que abriga cozinha, sala e quarto, o que restou foram algumas peças de roupa.



"Na hora do vendaval o telhado levantou duas vezes e na terceira foi levado. Ele foi parar uns 20 metros da casa. Estávamos nos preparando para dormir e aconteceu isso. Protegi meu filho mais novo dentro do guarda roupa e tentamos ficar seguros como deu. Meu esposo, inclusive, se machucou com as madeiras que caíram em cima dele", relembra. "Meu filho de 15 anos ficou mais traumatizado e foi para a casa de uma família. Já o restante da família terá que ficar aqui. Não tenho mais nada".



Ao longo do caminho de terra onde moram as famílias, o clima entre os moradores é de preocupação e desolação. "Em meus 78 anos nunca passei por um susto tão grande. Fiquei com muito medo. A água entrou com força dentro da minha casa e parte do telhado foi destruído", lamenta a aposentada Ivanilde Pereira dos Santos. Sem segurança para poder passar a noite, o pedreiro Rogério Aparecido busca ajuda. "Estou desempregado e o barraco que morava caiu. Vou ter que achar algum parente que me receba para passar uns dias."



Com oito pessoas, sendo quatro crianças, vivendo em uma mesma casa, Franciele Corre Borges teve praticamente toda a estrutura da moradia comprometida. "Perdemos roupas, televisão, rádio, móveis, comida e os materiais que as crianças usam na escola. Até agora só ganhei algumas telhas e acabei dividindo com os vizinhos. Nestas horas precisamos nos unir e ajudar um ao outro", acredita.



De acordo com as famílias, que moram no assentamento há quatro meses, a Defesa Civil só esteve no local na quarta-feira (7) de manhã para deixar algumas lonas e não voltou mais. A reclamação é quanto a falta de assistência do poder público e a qualidade do material deixado para que cobrissem os barracos. "O sentimento é de abandono. Se estamos aqui é porque não temos condição de pegar aluguel. É muito difícil essa falta de atenção com quem mora na Vila Maravilha", se queixa Vilma de Oliveira.



FRIO 
De acordo com o Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), as chuvas permanecem até a manhã da sexta-feira (9), acompanhadas de rajadas de vento e raios, principalmente nas regiões Leste e Nordeste. As chuvas devem cessar um pouco antes, na quinta-feira (8), apenas no Oeste e no Sudoeste.



Conforme o final de semana se aproxima, as temperaturas caem. A sexta-feira será de temperaturas amenas, com média em 15°C. "Normalmente as mínimas são registradas na madrugada, quando a terra começa a perder energia, mas desta vez as temperaturas ficam mais baixas a partir da meia-noite de sexta-feira", adiantou o meteorologista do Simepar, Tarcízio Valentin da Costa.



Segundo as previsões, o sábado será o dia mais frio do ano com possibilidade de temperaturas negativas na região Centro-Sul do Estado. Guarapuava apresentará a menor temperatura com -1°C, seguida por Pato Branco, com zero grau, e Ponta Grossa registrando 1°C. A máxima no Estado não passa dos 22°C no Norte e dos 21°C na Capital. O domingo permanece gelado com temperatura média de 11°C.



SERVIÇO
Quem quiser ajudar os moradores do assentamento Vila Maravilha pode entrar em contato pelo telefone (43) 98479-6083 ou 99888-7194.
Pedro Marconi
Reportagem Local/FOLHA DE LONDRINA

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